Insights para o seu planejamento estratégico em 2017

Separamos alguns dos principais insights da pesquisa de First Round para ajudar você a tomar melhores decisões e planejar seus primeiros passos em 2017.

Joao Vitor Chaves Silva
Empreenda Junto

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Em 2015, o pessoal da First Round fez uma pesquisa com fundadores de startups no ecossistema americano e em 2016 eles repetiram e ampliaram o alcance dessa pesquisa.

A ideia é simples: avaliar a visão e perspectiva dos founders a respeito de diversos pontos relativos aos seus negócios, ao mercado e ao futuro.

Nesse artigo vamos abordar 5 dos principais pontos levantados, e como eles podem ser usados para guiar as decisões que você vai ter que tomar aqui no Brasil, em 2017.

O primeiro ponto muito interessante abordado pela First Round é a percepção de que a bolha das startups está diminuindo, ou ao menos, o fato de que menos founders acreditam estarmos em uma bolha.

Muito se tem debatido sobre estarmos ou não vivendo uma nova bolha das startups, assim como aconteceu em 2000. Os super valuations, as captações financeiras gigantescas, feitas por empresas que ainda não faturam e vários outros fatos, dão a impressão de estarmos prestes a ver o mercado desmoronar novamente.

Porém, apesar da maioria dos founders ainda acreditarem estarmos numa bolha, essa sensação é muito menor do que era em 2015.

Essa mudança se reflete em um aumento da confiança de que as empresas vão efetivamente dar certo. Isso pode se refletir com um aumento da confiança do mercado como um todo, estimulando novos investimentos, aquisições e até mesmo IPOs.

Em conjunto com uma queda no número de founders que acreditam que estamos em uma bolha, a esmagadora maioria (90%) acredita que estamos no momento ideal para começar novos negócios.

Isso pode se refletir de duas formas. A primeira dela é uma sensação de que o mercado (incluindo consumidores e investidores) está mais aberto e interessado em novos negócios, o que é positivo.

Mas ainda temos um possível aumento da competição, já que um mercado mais favorável, atrai mais pessoas, e por consequência direta, mais competidores.

Assim, você deve avaliar bem, o nível atual de saturação do seu mercado, tanto por competidores já maduros, quanto por competidores "iniciais", ou seja, novas empresas que estão começando agora e podem crescer tanto, ou até mais do que você em um curto espaço de tempo, e com base nisso, tomar melhores decisões.

Muito se discute sobre a baixa presença feminina no empreendedorismo, especialmente nas startups ligadas a tecnologia.

Sem entrar no mérito das causas da baixa presença de mulheres no meio empreendedor, é interessante avaliar o cenário atual e em seguida compararmos como a presença de mais mulheres nos times das startups afetam o seu rendimento.

Na pesquisa da First Round, 61% dos entrevistados, afirmou que o Board Administrativo, ou seja, o grupo de pessoas que tomam decisões em seus negócios, era composto somente por homens, 37% que eram boards mistos, e somente 2% board exclusivamente femininos.

Nesse artigo da HBR (Harvard Business Review), foi mostrado que dentre os retornos obtidos por investidores, startups com ao menos 1 mulher no time de fundadores, apresentaram um retorno (ROI), 68% maior do que startups que possuíam times exclusivamente masculino.

Existem vários motivos que podem influenciar isso, desde mais diversidade de ideias, até maior esforço para se provar por parte das founders mulheres. O que importa aqui é que esses dados podem influenciar os investidores a preferirem investir em startups que possuam mulheres no time.

Um dos pontos mais interessantes da pesquisa foi a perspectiva positiva dos founders em relação a "saídas".

As saídas (ou exits) acontecem quando a startup atinge um nível elevado de maturidade. Podem acontecer de duas formas.

A primeira delas é o IPO: quando a empresa abre o capital na bolsa de valores. O IPO não só é uma forma de captar mais recursos para a empresa, mas também serve como a sinalização de que ela está atingindo um nível de maturidade mais elevado.

Algo visto de forma bastante positiva pelo mercado e investidores.

A segunda forma de realizar uma saída é a venda. Quando uma empresa maior compra a startup.

Apesar de IPOs de startups serem algo que ainda não temos no Brasil, os casos de aquisições estão começando a se tornar mais populares, o que é bastante positivo para o mercado, mostrando que nosso ecossistema está amadurecendo.

Nesse sentido, acompanhar notícias de aumento de casos de aquisição, interesse em IPO, investimentos e similares, bem como avaliar os cases de 2016, pode servir como termômetro para que você saiba quais setores serão mais interessantes para se apostar em 2017.

Por fim, a pesquisa da First Round, avaliou os lideres mais admirados pelos empreendedores.

Em uma lista com 125 nomes, Elon Musk foi pelo segundo ano seguido o mais citado.

É interessante notar quem são as pessoas mais admiradas, não só como curiosidade, mas para também quem está a frente do desenvolvimento do empreendedorismo, as pessoas que estão lançando novas tendências, e explorando novos mercados, ao inspirar os novos founders.

Essa analise permite que você entenda melhor, quais são as áreas que hoje, estão recebendo mais atenção, não só por parte dos empreendedores, como também de pessoas que querem se juntar a novos negócios e integrar seu time.

Afinal, é muito mais provável que um engenheiro que admira o Elon Musk se junte a uma startup que quer produzir carros elétricos ou foguetes, do que a uma startup que quer produzir um novo limpador de para-brisas.

Clique aqui e veja a pesquisa completa em inglês

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Founder @empreendajunto| Empreendedor apaixonado por inovação. | COO/Partner Gestão 4.0